terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Napoli começou os trabalhos visando as competiçoes estaduais.
No momento os atletas estao so visando a parte fisica comandada pelo prep.fisico Rodrigo Carvalho,em março começa a Copa Santa Catarina ,abril o Catarinense da 1ª divisao e na sequencia micro-regionais-jasc.
Acredito muito no sucesso do Napoli em 2010.

Tenho um grande respeito por essa galera de Otacilio Costa

Demorei,mas coloquei a foto ......
Obrigado por tudo ai pessoal,um grande abraço e ate o proximo jogo. Seco

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Crônica


Meu amigo Marcos Valnei, narrador esportivo em Santa Catarina, postou no seu blog, uma crônica que em que cita minha trajetória no futsal. Fiquei lisonjeado e a transcrevo abaixo para que todos que torcem por mim possam ler e ter uma idéia da emoção que senti quando a lí. Vejam:

Confesso que empunhar um microfone esportivo já não me encanta mais como antigamente. Os fins de semana com a família se viram por anos a fio sacrificados... As longas viagens, o trânsito que te faz sair de casa sem saber se vai voltar... A neblina, a chuva, o frio, o calor, o sono, são ingredientes que acabaram tirando o sabor daquilo que Deus me deu como dom. A missão de transformar em palavras um evento esportivo se transformou em um fardo que a cada ano fica mais pesado. Tenho admitido que a decisão de parar está cada vez mais nítida no emaranhado dos meus planos. Acho que descobri que o fim de semana tem um valor infinitamente maior do que qualquer cachê que uma emissora pode pagar. Talvez seja crise existencial, meia idade, idade inteira... Sei lá... O que sei é que preciso ser honesto comigo e com aqueles que me pagam. Se mais da metade da vida se passou, me sinto na obrigação de gastar o tempo que me resta com aquilo que me dá prazer...

E por falar em prazer, nada teve mais sabor na minha trajetória no rádio esportivo do que ver um menino crescer. Era um deleite ver os dribles irresponsáveis, os passes precisos, a inteligência fluindo naqueles pés que eu sabia estar destinados ao vôo maior dos abençoados.

Anos 90... Um moleque franzino recém saído da pequena Monte Carlo se agigantava num esporte em que só os grandes sobrevivem. O futsal tinha ainda o “rei” Jackson na Perdigão e se curvava ao momento de Choco, Fininho e Manoel Tobias. E Joaçaba paria um talento que seria referência de uma geração que nos deu entre outros, Anderson, Simi, Schumacher e Falcão.

Estou falando de Seco... Bi campeão da Liga Nacional com a Ulbra e com o Vasco; campeão da Taça Brasil com o clube de São Januário e Campeão da América com a Seleção Brasileira. Um jogador que brilhou em incontáveis Ligas da Espanha e depois, naturalizado, virou estrela de uma seleção italiana. Rebatizado pelos europeus como Seco Zanetti, disputou dois mundiais, tendo conquistado um vice-campeonato e um terceiro lugar... Para mim, será sempre um filho, um irmão, um amigo...

Um dia ele me disse que ia parar... Queria virar técnico... E eu, que me acostumei em tê-lo como motivo de orgulho, passei a exercitar meu egoísmo. Não conseguia digerir a idéia de que o tempo estava prestes a me roubar definitivamente a inspiração de seus gols inacreditáveis. A última partida que narrei com ele em quadra, foi a final da Copa América no longínquo ano de 1998. De lá para cá, ele brilhou na Europa longe do meu olhar profissional, mas, muito perto da visão do meu coração que o acompanhava a distância. Virei seu web-master e fora das quadras, tabelamos uma amizade que sei, será eterna.

Não pensei na dor crescente e insuportável do seu púbis, não pensei nas suas longas viagens de perigos, neblinas, frios, chuvas e sonos... Pensei em mim. Não queria admitir que aquele que foi a inspiração das minhas melhores transmissões estava saindo de cena. Talvez me agarrasse na esperança de vê-lo novamente em ação ao alcance dos meus olhos. Talvez assim, transmitir uma partida deixasse de ser um fardo. Mas, também ele perdeu muitos fins de semana com a família... Vivendo na Europa, mal pode ver que seus pais envelheceram... Suas filhas estudaram numa escola espanhola no primeiro semestre e em outra italiana no segundo...

Também para ele, o que era prazeroso virou um sacrifício...

E Seco parou...

Vencido por um problema crônico no púbis, abriu mão dos insistentes convites do Nápoli para voltar à Itália.

Decidiu que começará do zero na profissão de treinador. Humilde como sempre, abriu mão de sua condição de atleta internacional para um recomeço na Primeira Divisão do Futsal Catarinense. Vai tentar subir a equipe de Caçador...

A ele, toda sorte do mundo...

Provou que tem coragem e personalidade. Parou quando sentiu vontade.

Quanto a mim... Sinto que nas jornadas que me restam, meu grito de gol nunca mais terá o encanto dos anos 90...

Marcos Valnei